História de Santa Bárbara
Santa Bárbara nasceu na cidade de Nicomédia na região da Bitínia,
onde hoje se localiza a cidade de Izmit, na Turquia, às margens
do Mar de Mármara. Bárbara viveu no final do Século III. Foi uma bela
jovem, filha única de Dióscoro, um rico e nobre morador de Nicomédia.
Dióscoro não queria deixar sua filha única viver no meio da sociedade
corrupta daquele tempo. Por isso, decidiu fechá-la numa torre. Lá, ela era
ensinada por tutores da confiança de seu pai. Porém, aquilo que parecia um
castigo, começou a abrir a mente de Bárbara. Do alto da torre ela contemplou a
natureza: as estações do ano, a chuva, o sol, a neve, o frio, o calor, as aves,
os animais, etc. Tudo isso fez Bárbara questionar se aquilo era realmente
criação dos “deuses”, como seus tutores e seu povo creditavam, ou se havia
“alguém” muito mais inteligente e poderoso por trás da criação.
A beleza de divina
Quando atingiu a idade para o casamento, por volta de 17 anos, seu pai a
trouxe para casa e permitia que ela recebesse a visita de pretendentes, mas não
permitia que ela visitasse a cidade. Bárbara era uma jovem
muito bela e de família rica. Por isso, muitos eram os pretendentes
que queriam se casar com ela. Mas Bárbara não aceitava nenhum, enxergando neles
a superficialidade e o interesse, e nenhum toque de amor verdadeiro.
Para seu pai, isso era um problema sério, pois, segundo os costumes, ele
tinha obrigação de casar sua filha. Dióscoro pensava que as “desfeitas” da
filha diante dos pretendentes se davam por causa do tempo que ela passou na
torre. Então, ele decidiu permitir que Bárbara conhecesse a cidade.
O contato com os
cristãos
Santa Bárbara, então, começou a frequentar a cidade. Nessas visitas,
acabou conhecendo os cristãos de Nicomédia. Estes passaram para Bárbara a
mensagem de Jesus Cristo. Falaram-lhe também sobre o mistério da Santíssima
Trindade. A novidade cristã tocou profundamente o coração de Bárbara. Com
os cristãos ela encontrou a resposta para seus questionamentos: o Criador de
tudo era o Deus Único e Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo e não os deuses que
seu povo cultuava.
Bárbara se converteu ao cristianismo de todo o coração. Logo, um padre
vindo de Alexandria ministrou a ela o batismo. E Bárbara passou a ser uma jovem
fervorosa e cheia de virtudes cristãs. Em Jesus Cristo ela encontrou o sentido
mais profundo de sua vida.
Santa Bárbara e as
perseguições
Dióscoro, pai de Santa Bárbara, decidiu construir para ela uma casa de
banho na torre, onde ele planejou instalar duas belas janelas. Quando a obra
começou, Dióscoro teve que fazer uma longa viagem. Durante a viagem do pai,
Santa Bárbara ordenou que construíssem uma terceira janela na obra. Sua
intenção era que a torre tivesse três janelas em homenagem à Santíssima
Trindade. Além disso, Santa Bárbara esculpiu uma cruz na torre.
Quando Dióscoro voltou, reparou logo nas mudanças feitas na construção e
foi perguntar à filha o por que daquilo. Santa Bárbara explicou
que as mudanças eram símbolos de sua nova fé: três janelas em homenagem ao Deus
Uno e Trino, Criador de todas as coisas. E a Cruz lembrava o sacrifício do
Filho de Deus para salvar a humanidade. Dióscoro ficou furioso.
A sentença de morte
de Santa Bárbara
"Os inimigos do homem serão as
pessoas da própria casa”
O coração da Santa ia-se dilacerando cada vez mais entre
amores opostos: o do pai, de um lado, e o de Nosso Senhor Jesus Cristo, de
outro. Verificou-se nela a palavra do Divino Mestre: "Não julgueis que vim
trazer a paz à terra. Eu vim trazer a divisão entre o filho e o pai, entre a
filha e a mãe, e os inimigos do homem serão as pessoas da própria casa"
(Mt. 10, 34-36).
A fim de converter seu pai, explicou-lhe as verdades
eternas, mas Dióscoro, cego de ódio, tirou sua espada para matá-la.
Tendo Bárbara corrido, seu pai a perseguiu com a espada
na mão, até acuá-la junto a um rochedo. Quando ia desferir o golpe mortal, o
rochedo abriu-se milagrosamente e a virgem conseguIu escapar.
Informado sobre o local onde ela se escondera, seu pai
foi buscá-la. Agarrou-a violentamente, jogou-a por terra, espezinhou-a e,
tomando-a pelos cabelos, arrastou-a até sua casa. Não conseguindo vencê-la,
levou-a ao tribunal do pretor Marciano.
Bárbara foi, então, flagelada com tal violência que seu
sangue jorrou de todas as partes do corpo.
Lançada num calabouço, Nosso Senhor apareceu-lhe,
iluminando o local com um clarão sobrenatural, e curou suas chagas. Mas o
iníquo pretor ordenou novos suplícios.
Seu corpo foi rasgado com pentes de ferro, e as novas
chagas foram queimadas por tochas.
Como ela permanecia inflexível, o ímpio pretor ordenou
que os seios da santa fossem amputados (o mesmo tormento que, poucos anos
depois, sofreu Santa Águeda, padroeira da Sicília).
O pretor excogitou, então, o suplício que mais causaria
dor à santa: seria despida e os carrascos a perseguiriam com chicotadas através
das ruas da cidade. A castíssima donzela pediu a Deus que protegesse sua
pureza. Novo milagre: uma luz descida do céu envolveu-a, livrando-a desse modo
dos olhares impudicos.
Depois disso o pretor mandou que ela fosse decapitada.
Assistindo a todos esses prodígios, seu pai não se deixou
comover, mas quis ele mesmo desempenhar o papel de carrasco. Conduziu-a ao alto
de uma montanha fora da cidade. Ali, estando a jovem de joelhos em atitude de
oração, decepou-lhe . a cabeça. Ao mesmo tempo em que sua cabeça caía separada
do tronco, via-se a alma da mártir ser arrebatada ao Céu pelos AnJOs.
Instantes depois do hediondo crime, num céu sem nuvens,
um raio fulminou seu pai e o pretor Marciano.
Esse terrível castigo parece colocar os raios na
dependência de Santa Bárbara, e explica a devoção dos fiéis, que sempre
recorrem a ela nas grandes tempestades.
A veneração desta santa do Oriente passou para o
Ocidente, sobretudo em Roma, onde desde o século VII se multiplicaram as
igrejas e oratórios dedicados a seu nome.
Na iconografia católica Santa Bárbara é geralmente
apresentada como uma virgem majestosa e altaneira, ostentando uma palma,
simbólica de seu martírio, e um cálice como símbolo da proteção que costuma
manifestar em relação aos moribundos, e, ao lado, uma espada, instrumento de
seu martírio.
Devoção à Santa
Bárbara
A festa de Santa Bárbara é celebrada na Igreja
Católica e na Igreja Ortodoxa. A festa é celebrada no dia 4 de
Dezembro de cada ano.
Mas a grande mensagem de Santa Bárbara destina-se a todos aqueles que
buscam a verdade, principalmente os jovens. Ela nos ensina a buscar a verdade
com coração sincero e aberto. Ensina também que o casamento não deve acontecer
por mero interesse, mas sim por amor. Por fim, Santa Bárbara nos dá uma
mensagem de coragem e fé. A palavra mártir quer dizer testemunha e se aplica
aos cristãos que preferiram morrer a negar sua fé e pecar. Este é o grande
testemunho de Santa Bárbara.
Oração de Santa
Bárbara
“Santa Bárbara, que sois mais forte que as torres das fortalezas e a
violência dos furacões, fazei que os raios não me atinjam, os trovões não me
assustem e o troar dos canhões não me abalem a coragem e a bravura. Ficai
sempre ao meu lado para que possa enfrentar de fronte erguida e rosto sereno
todas as tempestades e batalhas de minha vida, para que, vencedor de todas as
lutas, com a consciência do dever cumprido, possa agradecer a vós, minha
protetora, e render graças a Deus, criador do céu, da terra e da natureza:
este Deus que tem poder de dominar o furor das tempestades e abrandar
a crueldade das guerras.
Por Cristo, nosso Senhor. Amém.”
O culto a Santa
Bárbara
A mais antiga
representação de Santa Bárbara (séc. VIII) consiste numa pintura encontrada
na igreja de Santa Maria Antiqua, no Foro Romano (fotografia ao lado).
A partir do
século IX os testemunhos relativos ao culto da Santa igrejas, oratórios,
altares, mosteiros etc. - tornam-se cada vez mais numerosos, tanto no
Ocidente quanto no Oriente.
Posteriormente, a
Santa foi incluída entre os 14 Santos Auxiliadores e passou a ser invocada de
modo especial para se obter a graça de recepção dos Sacramentos na hora da
morte.
Os artilheiros e
os mineiros escolheram Santa Bárbara como sua patrona, para que ela os
proteja de toda a explosão que pudesse causar a morte, como o raio que
fulminou o ímpio pai da Mártir ...
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