quarta-feira, 2 de setembro de 2015

O que quer o papa Francisco? Só um cego que não vê.












Sobre o aborto:

- A Igreja e o aborto _ uma síntese histórica


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No entanto, já no início do século XX a Igreja promoveu uma grande mudança em sua política de orientação para a natalidade, ou seja, passou a condenar e, ao mesmo tempo, orientar os fiéis e a sociedade sobre os males e os perigos do aborto e dos demais métodos de controle da natalidade. Esse processo teve início, de forma oficial, quando, em 1907, o padre John R. Ryan, publicou, na Catholic Encyclopedia, um artigo criticando as políticas anti-natalidades desenvolvidas pelo neomalthusianismo, as quais pregavam – e continuam a pregar – que o crescimento da pobreza é um forte fator de desagregação social e risco de crises econômicas e políticas. Para evitar isso é preciso, entre outras coisas, combater o crescimento da pobreza por meio da eliminação dos pobres. Entre as formas de eliminação defendidas pelo neomalthusianismo encontra-se a realização, de forma ampla e sem restrições, do aborto.

A Igreja condena o aborto por se tratar da “maior de todas as formas de exclusão social que existem”[v]. E isso acontece porque ele promove a exclusão radical, a exclusão da própria vida, do próprio ato de viver. E essa exclusão acontece justamente numa época em que a ciência e a economia conseguem dispor, em benefício do ser humano, todos os recursos necessários e suficientes para a manutenção da vida.

Até o Concílio Vaticano II, o qual se esforçou ao máximo para não condenar nenhuma estrutura humana e social, mas reserva para o aborto uma condenação dura e objetiva, classificando-o de “crime nefando”[vi].

A Constituição Pastoral Gaudium et Spes, promulgada pelo Concílio Vaticano II, condena todas as manifestações de violência que se opõem a vida humana. O aborto é oficialmente e literalmente colocado na lista de violências que se opõem a vida e que, por isso, são condenadas por essa Constituição. Nas palavras do documento da Igreja: “[...] tudo quanto se põe à vida, como seja toda espécie de homicídio, genocídio, aborto, eutanásia e suicídio voluntário. Todas essas coisas e outras semelhantes são infamantes; ao mesmo tempo que corrompem a civilização humana, desonram mais aqueles que assim procedem, do que os que padecem injustamente; e ofendem gravemente a honra devida ao Criador”[vii].

O Catecismo da Igreja Católica, o qual é a “exposição completa e íntegra da doutrina católica”[viii], deixa bem claro que a Igreja e o fiel cristão devem sempre condenar o aborto e, por causa disso, manter distância dessa prática noviça a vida humana.

Nas palavras do Catecismo da Igreja Católica a “vida humana deve ser respeitada e protegida de maneira absoluta a partir do momento da concepção. Desde o primeiro momento de sua existência, o ser humano deve ver reconhecido os seus direitos de pessoa, entre os quais o direito inviolável de todo ser inocente à vida”[ix]. É justamente por causa disso que a “cooperação formal para um aborto constitui uma falta grave. 


A Igreja sanciona com uma pena canônica de excomunhão este
 delito contra a vida humana. ‘Quem provoca aborto, seguindo-se o efeito, incorre em excomunhão latae sententiae’ ‘pelo próprio fato de cometer o delito’"[x]. 

Além disso, o Catecismo da Igreja Católica lembra que “desde o século I, a Igreja afirmou a maldade moral de todo aborto provocado. Este ensinamento não mudou. Continua invariável. O aborto direto, quer dizer, querido como um fim ou como um meio, é gravemente contrário à lei moral: ‘Não matarás o embrião por aborto e não farás perecer o recém-nascido’”[xi].

A condenação ao aborto chega até o Documento de Aparecida. Nesse documento eclesial a Igreja é apresentada como um “serviço de caridade”[xii]. Por causa disso, o próprioDocumento de Aparecida, constata que o “aborto faz duas vítimas: por certo a criança, mas também a mãe”[xiii]. Na visão desse documento o aborto é uma violência brutal, antiética e mesquinha. Uma violência causada por uma série de interesses econômicos, políticos e ideológicos. Na maioria das vezes, a mulher, a mãe, e a criança desconhecem a existência desses interesses antiéticos, dessas formas oriundas da cultura da morte. 

É por causa disso que o documento recomenda que a Igreja deva “acolher com misericórdia aquelas que abortaram, para ajudá-las a curar suas graves feridas e convidá-las a serem defensoras da vida”[xiv].

O mais recente capítulo da luta e do processo de conscientização histórico-social da Igreja contra o aborto foi à eleição, no dia 13/03/2013, do cardeal argentino Jorge Mario Bergoglio para exercer a função de pontífice. O cardeal Bergoglio adotou o nome de Papa Francisco. Setores da grande mídia, da universidade, pró-aborto e até mesmo dentro da Igreja viram a eleição do Papa Francisco como um momento de renovação e de modernidazação da Igreja. São setores que desejam uma Igreja próxima da cultura da morte (infanticídio, eutanásia, pena de morte, aborto, etc) e longe do evangelho e da luta em prol da dignidade da pessoa humana. Por exemplo, dentro da Igreja os setores que se alto proclamam de progressistas,modernos e de vanguarda teológica viram na eleição do Papa Francisco um momento de “descongelar o Concílio [Vaticano II]”[xv] e, com isso, flexibilizar a doutrina da Igreja, adaptando-a as exigências da sociedade neopagã.

Vale salientar que uma das exigências da sociedade neopagã é a prática, livre e indiscriminada, do aborto. Sobre as expectativas em torno da eleição do Papa Francisco, o jornalista Reinaldo Azevedo esclarece: “a imprensa mundial, a brasileira também, pôs na cabeça que Jorge Bergoglio se transformou no Papa Francisco com o objetivo de destruir os valores da Igreja Católica e transformá-la, quem sabe?; numa dessas ONGs consideradas progressistas. E, como todos sabemos, as pessoas só são progressistas hoje em dia se defenderem o casamento gay, a descriminação das drogas e, acima de todas essas causas, o aborto”[xvi].

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fonte: http://www.zenit.org/pt/articles/a-igreja-e-o-aborto-parte-v


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" Exigir que todo mundo baixe a cabeça diante de afirmações [ do papa Francisco ] tão aberrantes não é apelar com sinceridade ao dever católico da obediência: é usá-lo como arma de chantagem psicológica.

Olavo de Carvalho.

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"É natural nos fiéis católicos a ânsia de interpretar no sentido mais bonito possível as palavras dos papas, cardeais e teólogos, as discussões dos Concílios, etc. etc., mesmo quando seu conteúdo sugere ao menos um fundo de escândalo.

É natural até forçar um pouco o sentido das palavras para afastar suspeitas atemorizantes, por medo de dividir os fiéis. Mas foi só a partir de 1962 (Concílio Vaticano II) que os católicos foram induzidos a entregar-se a esse exercício com dedicação cada vez maior, em vez de exigir das autoridades eclesiásticas que falem claro e pratiquem o 'Sim, Sim, Não, Não'.

Meio século dessa auto-anestesia piedosa já é o bastante. Já em fins da década de 60 Gustavo Corção arrependia-se amargamente de ter forçado até o último limite sua capacidade de adoçar o veneno eclesiástico. Leiam 'O Século do Nada' e verão a dor, o sofrimento horrível do crente sincero que, de repente, percebe ter ajudado os outros a enganá-lo por muito tempo.

Chega de tolerância para com a ambigüidade. Temos o dever e o direito de exigir isso não só do Papa, mas de todo o clero".


Olavo de Carvalho.


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